Duas notícias me chamam a atenção nesta terça feira. A decisão do juiz Aluísio Bezerra negando a quebra do sigilo bancário e telefônico dos investigados pela CPI dos Outoddors na Assembleia e a decisão da Polícia Federal de não oferecer segurança aos empresários que denunciaram o “Escândalo dos Livros”.
A duas notícias se entrelaçam, apesar de sairem de esferas diferentes.
Uma deixa sem proteção quem pode sofrer represálias por ter a coragem de abrir a boca e denucniar desmandos com dinheiro público.
A outra transforma em inútil a CPI dos Outdoors e protege quem usou dinheiro público para tripudiar contra quem denunciou uma das maiores maracutaias já ousadas na Paraíba.
Se de um Lado Daniel e Rodolfo não podem contar com proteção para manteren-se vivos até o fim das investigações sobre sobre supostos desvio de recursos públicos e formação de caixa dois, do outro a tropa de choque da Secom fica blindada e ninguém poderá provar quem ordenou e bancou a confecção dos outdoors contra os deputados.
Há quem diga que essa mesma PF que isola delegados como Derly Brasileiro por ter ousado apreender aquele dinheiro no escritório jurídico da campanha de RC na véspera do primeiro turno – e era parte dos seis milhões que estavam escondidos na casa de Pietro, em Campina – não tem interesse em aprofundar-se no caso.
Há quem diga que o juiz Aluísio Bezerra – visto sempre bem acompanhado em restaurantes com registros em Facebook – não tem pela CPI dos Outdoors o mesmo olhar que teve sobre a greve do Fisco.
Ricardo Coutinho é inteligente, se articula por cima e só resta a nós pobes mortais levar o embate para uma sinuca de bico onde chegue um dia em que ninguém queira mais botar o seu na reta com medo da sentença popular.
Por outro lado, seria estranho se as duas notícias fossem ao contrário e o juiz não tivesse saido em defesa da linha de raciocínio do Palácio da Redenção usando as marges da da Lei para blindar marginais, e se a PF tivesse distribuido nota asseverando que vai disponibilizar agentes para proteger quem denucia assalto aos cofres públicos.
Resumindo, deixam a sensação de que o crime vale a pena.