Dono de uma biografia interessante, grande parte pela genialidade do pai, Ronaldo Cunha Lima, que lhe deixou um legado incomensurável, o senador Cássio Cunha Lima nasceu no berço da política, se balançou nas redes das campanhas do pai e, quando se livrou dos cueiros, comeu o pratinho feito do sobrenome potencializado pelo poeta.
Mas, não podemos desdenhar, Cássio tem luz própria e luta para atrasar a chegada do seu ocaso, em curva descendente desde que deixou o governo cassado.
Do mesmo jeito que hoje correligionários prevêem uma carreira nacional para o governador Ricardo Coutinho, na época em que era o gov, Cássio era ventilado para ser o vice de Serra.
Hoje, após a consagradora vitória para senador em 2010 por mais de 1 milhão de votos e a derrota para governador em 2014, quando também teve mais de 1 milhão de votos, Cássio vive seu melhor momento no plano nacional, investido na armadura de líder das oposições no Senado e amigo pessoal do presidenciável Aécio Neves.
No entanto, aqui na Paraíba perde terreno para RC e sua liderança vai minguando nos principais municípios do estado, onde os tucanos se apequenam em ralação aos adversários unidos, leiam-se PSB/PMDB/DEM/PT do B/PTB e outros.
Campina e Guarabira são dois desses municípios onde as penas do bicudo caem sem renovação da plumagem. O prefeito Zenóbio perderia hoje para Raniery Paulino, do PMDB, e levará uma surra histórica se a aliança com o PSB avançar.
Subindo a serra pelo anel do Brejo encontraremos Romero Rodrigues numa situação quase parecida com a da presidenta Dilma – que tem 69% – em termos de rejeição, 67% segundo a pesquisa 6 Sigma publicada no Paraibaonline.
Restará ao senador Cássio a esperança de vencer em João Pessoa com Cartaxo, favorito na reeleição, mas que impõe uma condicionante. Vencendo, Cartaxo será candidato a governador em 2018 e deixará para Cássio a vaga de senador, onde realmente o filho de Ronaldo é imbatível e ficará mais oito anos, podendo até ser ministro de um futuro governo Aécio, confirmando a tese de que cresce no cenário nacional, como Humberto Lucena, mas se apequena dentro do cenário local.
E é sempre bom lembrar que lá na frente, Cássio, caso resolva disputar o governo no meio do mandato de senador, vai pegar pela frente mais uma vez RC e ninguém saberá quem vencerá esse tira-teima.