Me seguro para não ficar batendo na mesma tecla da violência, mas não tenho como deixar de abordar o tema e politizá-lo se vejo o alastramento como conseqüência dos inúmeros erros da política de Segurança Pública desse governo estadual.
Cito entre os erros do governador o fim da Operação Manzuá e a estratégia única e exclusivamente de arrecadação financeira das blitzs, através da apreensão de veículos desemplacadaos e multas da Lei Seca.
Na Paraíba as blitzs se resumem a focar no documento do carro e na aplicação do bafómetro. Nenhum policial quer saber se existe arma dentro do carro, drogas e gente seqüestrada. Apenas se a abordagem vai gerar um multa. São orientados nesse sentido.
Politizar o tema da violência é mostrar que há erros na formatação da política de Segurança Pública e que precisam ser corrigidos. Ninguém com juízo vai comemorar a escalada da violência e usá-la como estratégia para desgastar a gestão.
Mas, com astúcia macabra, o governador Ricardo Coutinho inverte a situação e culpa a imprensa e a oposição pela exploração de fatos que chocam a população e ganham repercussão nacional, como o caso do sequestro e estupro de duas mulheres lá nos Bancários, onde um bebê de nove meses também foi vítima e uma das senhoras veio a óbito.
Para o governador o ideal seria a imprensa abafar todos os casos. Divulgar na sua ótica é um desserviço.
Ao contrário, divulgando a imprensa alerta a população para a violência em descontrole. Omitindo, como quer o governador, seria cúmplice de estupros, assaltos e assassinatos.
Pode parecer galhofa, mas no meio da bandidagem o governador é chamado de “Ricardo Frouxinho”, numa alusão a situação correndo frouxa e a bandidagem tomando conta de tudo.